Manifesto defende a derrubada do capitalismo e instauração do socialismo ecossocialista, democrático e plural. Em prol da democracia econômica descentralizada, soberania alimentar agroecológica, energias renováveis e expansão dos setores de cuidado, articulando justiça social e equilíbrio ecológico.

O chamado público contextualiza a crise climática, a ascensão de fascismos e o neoextrativismo. Propõe convergência de lutas em defesa de territórios livres de petróleo, racismo e ecocídio, mirando a Cúpula da OTCA e a COP 30.

Relatório da CPT registra 2 185 conflitos agrários em 2024, com queda nos assassinatos, mas aumento de ameaças e tentativas de homicídio — 79 % das vítimas indígenas. A impunidade e a expansão do agronegócio alimentam o ciclo de violência.

A proposta de criar uma Autoridade Climática é analisada como possível peça retórica, dadas as pressões de um Congresso conservador, o “presidencialismo de coalizão” e projetos desenvolvimentistas de alto impacto (petróleo na foz, BR-319). Os autores alertam que, sem enfrentar esses entraves, a iniciativa pode não sair do papel.

Um grupo internacional de cientistas divulgou uma ampla revisão mostrando que a indústria de combustíveis fósseis está na raiz de múltiplas crises: aquecimento global descontrolado, perdas irreparáveis de biodiversidade, milhões de mortes por poluição do ar, acidificação oceânica, insegurança alimentar e deslocamentos por eventos extremos. “A ciência não poderia ser mais clara ao afirmar que os fósseis estão nos matando” – destaca a principal autora Shaye Wolf, urgindo que petróleo, gás e carvão fiquem no passado. O estudo aponta a necessidade de eliminar gradualmente os fósseis com uma transição justa para energias renováveis, rejeitando “soluções falsas” (como captura de carbono) e responsabilizando os grandes poluidores históricos.

O governo Lula planeja leiloar 47 blocos para exploração de petróleo na foz do Amazonas, em junho, decisão confirmada em 14/04. A medida contraria a retomada da agenda climática e de transição energética do Brasil, colocando em risco o recife amazônico, manguezais, povos indígenas e comunidades ribeirinhas da região. A poucos meses da COP30 em Belém (cerca de 500 km do principal bloco ofertado), a iniciativa tem sido criticada por priorizar interesses fósseis privados “até a última gota” em vez da segurança climática.

A carta celebra duas décadas de mobilização indígena, denuncia a escalada da crise climática e exige transição energética justa. Reafirma que não haverá solução climática sem demarcação de terras indígenas e respeito a seus saberes.

No 21º Acampamento Terra Livre, a APIB apresentou a primeira NDC indígena e criou uma comissão internacional para garantir protagonismo dos povos originários na COP 30, reforçando a demanda por participação efetiva nas negociações climáticas.

Herrero explica que ecofeminismo une lutas ecológica e feminista ao colocar a sustentação da vida no centro das decisões. Destaca a dependência dos bens naturais e do cuidado humano, propondo redistribuição do trabalho de cuidado e respeito aos limites planetários.