China – um Estado “acima das classes”?
A China não é um enigma indecifrável, mas um Estado capitalista com roupagem burocrática. Defender sua ascensão como “alternativa” é compactuar com uma nova face do imperialismo
André Barbieri, A terra é redonda, 11 de setembro de 2025
O tema da China se tornou incontornável na esquerda mundial. Não é diferente no Brasil, apesar de que posições marxistas sobre o fenômeno chinês sejam minoritárias. É no interesse de contribuir com uma perspectiva marxista que publicamos o livro China: onde os extremos se tocam,[1] e envidamos esforços para problematizar a perspectiva estadocêntrica (redutiva às disputas entre Estados e tributária da visão “campista” herdeira da Guerra Fria) e a perspectiva do multilateralismo capitalista, em suas distintas variantes, como aquela esposada por Elias Jabbour (que criticamos aqui[2]).
Nesta oportunidade, vamos debater com a opinião de Valério Arcary, dirigente da Resistência-Psol. Em um artigo[3] que tem como propósito contrapor-se à tese de que o regime econômico em Pequim seria socialista, Valério Arcary define que a “China não está perseverando, nos últimos quarenta anos, uma passagem ao socialismo, como entre 1949/78, mas ao capitalismo”. O gigante asiático, assim, ainda à procura de seu caminho de retorno ao capitalismo. Não obstante, naquilo que chama de “excepcionalidade chinesa”, considera que, apesar disso, a China é a “economia capitalista mais dinâmica do mundo”.
Uma economia capitalista dotada de tal poder expansivo conseguiria tirar suas energias dinâmicas de um país que ainda não teria terminado a restauração da propriedade capitalista. Parece uma nova excepcionalidade. Ao menos, alguma influência significativa haveria sobre a constituição do Estado? Segundo Valério Arcary, não: que “haja um híbrido de relações sociais capitalistas e pós-capitalistas não autoriza a conclusão de que o Estado chinês já seja capitalista”.
Estamos diante de um Estado que “favorece, há 40 anos, a ilimitada acumulação de capital privado, fortalece a burguesia, e aumenta a desigualdade social”, mas que não pode ser julgado como capitalista. Mas, então, somos informados de que a “natureza social do Estado mudou”, em função de uma “contrarrevolução social”. E o que resta da afirmação anterior, de que a China estaria ainda a caminho do capitalismo?
A confusão parece também ser excepcional. Como é possível que uma contrarrevolução social tenha alterado a natureza social do Estado chinês, mas esse Estado continue não sendo capitalista?
Essa estranha intelecção não é nova. O filósofo esloveno Slavoj Žižek, em seu livro Uma Esquerda que Ousa Dizer seu Nome, considera que a China, apesar de abrigar uma “economia capitalista selvagem”, teria um “Estado forte não capitalista”. Domenico Losurdo foi além nesse mesmo caminho: também desarticulando o vínculo entre política e economia, argumentou que o capitalismo existente na China colabora para o avanço do socialismo, provando a possibilidade histórica da coexistência estável, durante décadas, entre formas de propriedade socialmente antagônicas. Valério Arcary não considera a China como socialista, mas adere à tese da coexistência entre “relações sociais capitalistas e pós-capitalistas”, o que o familiariza com posições que alega contrariar.
O imperialismo dos Estados Unidos, na figura nefasta de Donald Trump, representa o centro de gravidade da barbárie imperialista, como vemos na situação da Palestina, das crises e guerras pelo mundo. É preciso combatê-lo. Mas compreender cientificamente a natureza social do Estado chinês é a condição para ter uma política anti-imperialista e anticapitalista condizente, que saiba opor um combate inflexível à desordem global dominada por Washington, sem cair na armadilha da “defesa condicional” do capitalismo chinês.
Um Estado “nem operário, nem burguês”?
O problema central da concepção de Valério Arcary está na indeterminação da natureza social do Estado chinês. Estamos diante de um Estado operário? Valério Arcary responde que não. Estaríamos, então, diante de um Estado burguês? Novamente, Arcary responde que não. Que temos então, um Estado que transcende as classes? Um Estado acima das classes? Essa é a opção do autor, que diz haver na China um “Estado burocrático”. A ideia de um Estado “acima das classes” tem seu lugar na teoria liberal, que o considera como um organismo de mediação dos interesses de toda a população, e não na teoria marxista, em que é definido como um organismo de opressão de uma classe pela outra.
Na análise marxista, é fundamental identificar a natureza social, de classe, dos fenômenos analisados. A República Popular da China surge como um Estado operário burocratizado pela camarilha de Mao Tsé-tung, estabelecendo um regime repressor sobre trabalhadores e camponeses; nem por isso deixou de ser um organismo de opressão sobre a classe capitalista, pois esteve baseada na expropriação da burguesia em meados da década de 1950. A China de Xi Jinping, embora se autodenomine “socialista”, nem por isso deixa de ser um Estado capitalista, organizado ao redor da exploração do trabalho e da lei do valor.
A China capitalista exibe ao mundo o segundo maior número de bilionários no planeta (450, segundo dados da Forbes em 2025);[4] 130 das 500 empresas mais ricas do mundo estão na China, monopólios com projeção internacional que, em termos de capitalização de mercado, somam quase 60% das empresas mais ricas do país; em estoque de investimento estrangeiro direto acumulado no exterior, a China já supera a Europa e fica com o segundo lugar, com participação decisiva do setor privado (quase 40%, superior às empresas estatais e às empresas mistas).
Ademais, a China é o país com o maior número de trabalhadores empregados no setor privado (diretamente sob os procedimentos de absorção de trabalho excedente sem retribuição, ou, nas palavras de Marx, a mais-valia): segundo dados do governo chinês, 80% do proletariado urbano na China está empregado no setor privado, o que equivale a 378,7 milhões de pessoas.[5] As empresas estatais funcionam sob a lei do valor, utilizam trabalho precário, rotativo e terceirizado, são tão alérgicas aos sindicatos independentes quanto as empresas privadas, e as greves em suas dependências, como dentro das empresas privadas, resultam em espancamentos, encarceramentos e mesmo desaparecimentos de trabalhadores.
Todos esses fatores estão fundados em um sistema econômico cujo eixo se encontra ordenado pela propriedade privada dos meios de produção, e contribuem decisivamente para a natureza de classe do Estado.
O que define a natureza de classe do Estado?
Valério Arcary, entretanto, define a natureza de classe de um Estado pela política, não pelo existente regime de propriedade, seu modo de produção. Assim, a restauração capitalista não se teria completado na China (a “economia capitalista mais dinâmica do mundo”) em função do Partido Comunista Chinês se encontrar no poder. O artigo de Gabriel Casoni[6] se limita a reproduzir a profecia do mestre.
Não obstante, esse é um argumento formal. A dominação do Partido Social Democrata Alemão (SPD), um partido que gozava de ampla base operária, sobre o Estado e os sovietes, durante a revolução de 1918-1919, não transformou a Alemanha em um Estado operário, pois deixou inviolável a propriedade privada burguesa. O domínio do Partido Socialista Francês (SFIO), vencedor das eleições nacionais de junho de 1936, tampouco alterou a natureza capitalista-imperialista do Estado, que na Frente Popular continuava a defender a propriedade privada dos bancos, das empresas e a projeção da acumulação capitalista da metrópole sobre a Argélia, o Levante e demais colônias. A diferença na China é que o próprio PCCh, que deu origem à República Popular em 1949, encabeçou, coordenou e dirigiu a restauração capitalista no país, conseguindo permanecer no poder.
A história mostrou diferentes variantes restauracionistas, em que a reconversão ao capitalismo nem sempre implicou o desaparecimento dos velhos partidos comunistas. Em muitos países capitalistas da Ásia, velhas organizações que tiveram o stalinismo como matriz permaneceram no poder, muitas vezes em regime de partido único: este é o caso do Vietnã, do Nepal, de Laos e do Camboja. Em nenhum desses casos, o Estado se encontra “acima das classes”.
O fato de a burguesia não ter o controle imediato do aparelho governamental não significa que um Estado deixe de ser capitalista. No Ocidente, sob a proteção da burocracia prussiana de Otto von Bismarck, a burguesia alemã concentrou suas energias econômicas e industriais, e fortaleceu-se enquanto classe dominante a partir da unificação de 1871. Na década de 1930, diversos regimes fascistas na Europa privaram a burguesia, cuja propriedade privada defendiam, do domínio político direto. Fizeram-no para melhor defender essa propriedade.
Como explicava Leon Trótski em uma carta de novembro de 1937, “Em vários países a preservação da propriedade burguesa só foi possível através do estabelecimento de um regime fascista. Em outras palavras, a burguesia está ali privada de sua própria dominação política direta, e deve utilizar um intermediário. Significa isso que o Estado deixou de ser burguês? Na medida em que o fascismo com seus métodos bárbaros defende a propriedade privada dos meios de produção, o Estado continua sendo burguês sob o regime fascista”.[7]
Com a época imperialista, surge uma novidade histórica: as burocracias partidárias que, a partir da degeneração stalinista, parasitam as conquistas das revoluções circunscrevendo seus resultados às fronteiras nacionais, preparando com isso as bases para a contrarrevolução capitalista. Neste mesmo diálogo crítico com James Burnham e Max Shachtman, membros do Socialist Workers Party (SWP) nos Estados Unidos que consideravam que a União Soviética não era mais um Estado operário degenerado em função da política da burocracia stalinista, Trótski lembra que a batalha frontal contra a reação burocrática de Stálin estava fundada na defesa das conquistas remanescentes de Outubro, em especial a nacionalização da propriedade, a planificação e o monopólio do comércio exterior.
A defesa irreconciliável da URSS enquanto formação social de transição ao socialismo (e não um “Estado socialista”, como queria Stálin) era a melhor maneira de combater a burocracia soviética, e era parte da luta pela teoria marxista, segundo a qual: “a natureza de classe do Estado é determinada não por suas formas políticas, mas por seu conteúdo social, ou seja, pelo caráter das formas de propriedade e das relações produtivas que esse Estado mantém e defende”.
“A questão é saber como foi possível mudar a natureza social do Estado sem mudar o regime”, pergunta Valério Arcary. O regime foi modificado: a condução burocrática da planificação econômica foi substituída pela condução bonapartista do novo ciclo de acumulação capitalista. O Partido Comunista Chinês modificou-se a si mesmo nessa processualidade.
Passou de um partido operário criado em 1921 a ser um partido-exército de base camponesa a partir do “período de Jiangxi” (como mostra o sinólogo Lucien Bianco em seu Les Origines de la révolution chinoise); e, através de um longo estágio histórico converteu-se, na restauração que encabeçou, em um partido burguês que fomenta o capital servindo-se da simbologia socialista. Fruto do regime bonapartista de partido único, o PCCh reúne trabalhadores em seu interior, atomizados, sem auto-organização ou auto-atividade independente.
Em outras palavras, esses trabalhadores são membros entre outros setores de todas as classes: bilionários, grandes capitalistas, pequenos e médios proprietários urbanos, jovens estudantes e universitários com diploma, trabalhadores e camponeses. Mas isso não altera o caráter de classe que o Partido adquiriu na restauração, organicamente ligado ao grande capital, no espírito das “Três Representações” de Jiang Zemin. As condições dessa transformação sui generis, uma burocracia surgida da revolução que se converte em força diretriz da acumulação capitalista, foram edificadas nos próprios resultados da luta de classes.
Ao contrário do que diz Valério Arcary, “a singularidade do caso chinês é que a burguesia se encontra no poder através do próprio Partido Comunista Chinês”, uma organização que não escolheu como sua, mas que herdou do próprio processo histórico e aprendeu a conviver e prosperar sob sua guarda.
A contrarrevolução não se completou na China?
A China de Xi Jinping surgiu do desmonte do Estado operário deformado pelo próprio partido que havia ascendido ao poder em 1949. A Revolução de 1949 foi uma das maiores conquistas na história dos trabalhadores e camponeses. A população trabalhadora que derrotou heroicamente os japoneses na Segunda Guerra Mundial entrou em seguida numa guerra civil contra o Kuomintang, o partido da burguesia nacional chinesa (ajudado pelo imperialismo norte-americano), saindo novamente vencedora. Essa revolução heroica, entretanto, foi dirigida politicamente pela burocracia maoista, que se assenhoreou do triunfo das massas e colocou o aparato do Estado a serviço de seu disciplinamento.
Não foi simplesmente o “dramático atraso histórico herdado” que obstaculizou a transição ao socialismo, nem foi esse o aspecto central. O principal obstáculo à transição socialista a partir de 1949 foi a estratégia conservadora e nacionalista da burocracia de Pequim em um período de enormes tensões entre revolução e contrarrevolução. Mao Tsé-tung foi explicitamente contrário a processos de revolução política seminais na Europa, como na Hungria e na Polônia em 1956, e na Tchecoslováquia em 1968.
O possível triunfo desses questionamentos revolucionários ao Kremlin punha em risco a nomenclatura em Pequim. Por outro lado, a burocracia chinesa foi parte dos conflitos aberrantes entre os “nacionalismos stalinistas”, que enfrentavam Estados operários (deformados burocraticamente), uns contra os outros: na Iugoslávia, na Albânia, a virtual guerra entre a URSS e a RPC em 1969, a invasão da RPC ao Vietnã em 1979, entre outros.
Isso enfraqueceu e, em última instância, eliminou a possibilidade da transição ao socialismo, uma tarefa eminentemente internacional. O auge desse período coincidiu com a rearmonização das relações entre a República Popular e o imperialismo norte-americano, começando em 1972 com o encontro Nixon-Mao, fundamental para a derrota do último ciclo revolucionário entre 1968 (com o Maio Francês e a Primavera de Praga) e 1981 (com a derrota da Revolução Polonesa).
Com isso, abriu-se uma etapa ofensiva de restauração do poderio imperialista – a globalização neoliberal. Sobre as bases das reformas de abertura de Deng Xiaoping e a introdução do capital estrangeiro, avançou-se rapidamente a meados da década de 1990, com Jiang Zemin (posteriormente com Hu Jintao) na liberalização da economia. Com a Lei Empresarial de 1994, as empresas do Estado passaram a ter como única tarefa a maximização do lucro.
Segundo Deng, “enriquecer era glorioso”: a esmagadora maioria das empresas estatais foi privatizada e entregue à iniciativa privada dos antigos administradores fabris, membros do PCCh, que passaram a acumular riqueza, e desfrutar do direito de herança. Com a Lei do Trabalho de 1995, o governo eliminou o caráter vitalício do emprego, e lançou dezenas de milhões de trabalhadores urbanos no desamparo, criando um mercado de trabalho liberalizado para que o setor privado nascente pudesse usufruir do novo exército industrial de reserva.
Essa gênese do seu próprio sistema capitalista explica porque é tão diferente do modelo ocidental. O PCCh, que operou a transição das bases nacionalizadas da economia para uma economia baseada na propriedade privada, inclui um marcante componente de “dirigismo estatal”. O Estado chinês supervisiona a economia, sobre a apropriação privada de mais-valor de milhões de trabalhadores e camponeses. Mas faz isso combinando o férreo disciplinamento imposto aos trabalhadores e as relações íntimas do PCCh no impulso da propriedade privada.
Naturalmente, nada disso é um “socialismo do século XXI”; mas tampouco estamos tratando de uma “transição controlada ao capitalismo”.
“Defesa condicional” do capitalismo chinês?
Valério Arcary propõe a “defesa condicional da China”. Como haveria distintas frações e correntes de opinião no PCCh, expressão de distintas pressões sociais, é importante que aquelas que desejariam o suposto retorno ao capitalismo continuassem em xeque. Nossa tarefa central diante do fenômeno chinês passa a ser, não a defesa da classe trabalhadora e o estímulo a que desenvolva uma política socialista independente, e sim evitar colaborar para que o “Estado burocrático” seja pressionado a concluir sua transição ao capitalismo. “Algo muito mais complexo do que uma defesa incondicional ou uma oposição incondicional,” diz o autor.
Essa postura é de uma “ala esquerda” da defesa do capitalismo chinês, de um conselheiro crítico da burocracia em Pequim. O Estado chinês não poderia exibir tal desenvolvimento técnico e industrial sem impor uma disciplina asfixiante, opressiva e férrea, sobre uma classe trabalhadora colossal de quase 800 milhões de seres humanos.
Em países da África, da Ásia e da América Latina, a China impõe longas horas de trabalho, baixos salários e péssimas condições de trabalho, desenvolvendo traços imperialistas cada vez mais marcantes. A destruição do meio ambiente e a degradação de ecossistemas, características fundamentais do imperialismo ocidental, são agora compartilhadas pela China, na voracidade por adquirir cobre, lítio, cobalto, petróleo e outros recursos naturais. A “defesa condicional da China” implica a defesa de seu acionar espoliador sobre os trabalhadores da China e do mundo.
A oposição à política imperialista de Donald Trump e dos Estados Unidos, seja na forma de tarifas seja na forma de agressões políticas e militares, é uma tarefa elementar. Mas, qual a postura da esquerda diante de um eventual conflito militar entre EUA e China? Da posição de Valério Arcary se depreende a defesa “condicional” da China. Mas um conflito como esse provavelmente desataria uma espiral militarista tendente a uma conflagração global. Apoiar a China num conflito dessa natureza significa estar ao lado de um dos blocos capitalistas contendentes: defender uma potência capitalista em rápida ascensão com robustos traços imperialistas contra a potência imperialista hegemônica.
Dentro do campismo existente, essa é a posição do populismo stalinista, das correntes neorreformistas e nacionalistas como o PT. Valério Arcary propõe a conciliação de classes com verniz “multilateralista”, que não é muito melhor que a conciliação de tipo tradicional.
Em verdade, nenhum dos bandos militares deve contar com o apoio da esquerda e da classe trabalhadora internacional. Para enfrentar o imperialismo, é indispensável combater as potências consolidadas e os aspirantes a hegemons. É indispensável uma postura de independência de classe diante de todos os Estados nacionais para que os povos oprimidos do mundo possam erguer um programa internacionalista contra o conjunto desse sistema. E a China não quer derrubar este sistema: quer melhorar sua posição dentro da hierarquia de Estados no esquema espoliador do capital.
A China não é um aliado dos povos na luta contra o imperialismo norte-americano. A importância do marxismo na compreensão da China é, isso sim, excepcional.
André Barbieri é doutor em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Notas
[1] Introdução do livro “China: onde os extremos se tocam”. Disponível neste link.
[2] China: socialismo do século XXI?, Ideias de Esquerda, disponível neste link.
[3] A excepcionalidade chinesa. Artigo de Valerio Arcary. Instituto Humanitas Unisinos, disponível neste link.
[4] Forbes lists countries with the most Billionaires 2025. Mint, disponível neste link.
[5] Statistical Government of China. disponível neste link.
[6] “O enigma China”, de Gabriel Casoni, publicado em A Terra é Redonda. Disponível neste link. [7] ¿Ni un Estado Obrero ni un Estado Burgués? CEIP Leon Trotsky, disponível neste link.