Uso global de carvão atingiu recorde em 2024
Segundo o relatório State of Climate Action 2025, produzido pelo Systems Change Lab e lançado nesta 4ª feira (22/10), nenhum dos 45 indicadores-chave da meta do Acordo de Paris está no caminho certo para 2030. O progresso lento e desigual coloca em risco as tentativas de contenção das mudanças climáticas. Um dos destaques vai para o carvão, que caiu na geração elétrica, mas aumentou na demanda energética geral.
ClimaInfo, 23 de outubro de 2025
“Uma das conclusões mais preocupantes da nossa avaliação é que, pelo quinto relatório consecutivo da nossa série, os esforços para eliminar o carvão estão muito aquém do esperado”, disse Clea Schumer, pesquisadora associada do think tank World Resources Institute, que liderou o relatório, ao Guardian.
Embora a geração de energia elétrica renovável tenha superado a de carvão pela primeira vez na história, mais setores precisam transicionar dos combustíveis fósseis para as energias renováveis, mas isso só funcionará com um esforço global, pois “um sistema energético que depende de combustíveis fósseis tem enormes efeitos em cascata”, explica Clea.
Já um relatório da consultoria global McKinsey conclui que petróleo, gás e carvão continuarão a dominar a matriz energética mundial muito além de 2050, pois a demanda por eletricidade supera a transição para renováveis. De acordo com a Reuters, a demanda por eletricidade aumentará de 20% a 40% puxada pelos setores industrial e de construção até 2050, com data centers norte-americanos sendo um dos maiores contribuintes para o aumento.
Apesar de um compromisso assumido em 2021 para reduzir gradualmente o uso de carvão, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, comemorou a ultrapassagem de 1 bilhão de toneladas de produção de carvão neste ano; nos Estados Unidos, Donald Trump insiste em investir em combustíveis fósseis e minar incentivos às renováveis; já a China vive um paradoxo: o país instalou mais centrais renováveis em 2024 do que a capacidade inteira dos Estados Unidos, mas segue investindo em carvão, mostra a IstoÉ.
A Bloomberg destaca que fabricantes de turbinas chineses estão pressionando o governo para aumentar 15 GW/ano de projetos offshore até 2030 e uma capacidade eólica nacional superior a 2.000 GW até 2035. Euro News, Edie, Forbes, Blog do Pedlowski e RTP também falaram sobre o relatório State of Climate Action 2025.

