Imagens de satélite mostram danos de enchentes no Rio Grande do Sul

Dados do satélite europeu Copernicus Sentinel-1 mostram inundações severas que atingem o estado gaúcho pela segunda vez em dois anos, deixando milhares de desabrigados.

Roberto Peixoto, g1, 27 de junho de 2025

Imagem de satélite mostra extensas áreas alagadas (em vermelho) ao longo do Rio Jacuí, próximo a Cachoeira do Sul, no Rio Grande do Sul, em junho de 2025. — Foto: União Europeia/Copernicus Sentinel-1 — Foto: European Union, Copernicus Sentinel-1 imagery

Imagens de satélite capturadas pela União Europeia mostram a extensão das enchentes que devastam o Rio Grande do Sul desde meados de junho, com áreas críticas de alagamento visíveis ao longo do Rio Jacuí e outras bacias hidrográficas do estado.

Os registros foram divulgados pelo observatório europeu Copernicus nesta sexta-feira (27). As chuvas persistentes causaram inundações que já resultaram em 5 mortes confirmadas pela Defesa Civil estadual. Além disso, mais de 10 mil pessoas estão desabrigadas e 155 municípios reportaram danos ou intercorrências em razão das chuva.

O nível do Rio Jacuí em Cachoeira do Sul atingiu mais de 26 metros, superando em muito a média de 18 metros. Essas enchentes ocorrem apenas um ano após o Rio Grande do Sul ter enfrentado as piores inundações de sua história.

A imagem do satélite Copernicus Sentinel-1, obtida em 23 de junho, mostra claramente as extensas áreas alagadas ao longo do Rio Jacuí, que banha o estado gaúcho por cerca de 800 km (veja os tons vermelhos ACIMA).

No estado, precipitações intensas ainda devem ocorrer durante todo este fim de semana, com a formação de uma nova frente fria no sábado (28) associada a um ciclone no oceano, que também trará ventos fortes. Segundo a Climatempo, essa chuva pode ser contínua e concentrada, acumulando grandes volumes em apenas 24 horas.

Já no oeste paranaense e catarinense, os acumulados podem chegar entre 30 e 70mm, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). No Rio Grande do Sul, os volumes podem ultrapassar 100mm no domingo (29).

Em comunicado, o Copernicus destacou que o monitoramento via satélite é fundamental para acompanhar eventos de inundação em tempo real e apoiar as operações de resposta. "Os dados abertos dos Serviços Copernicus e satélites Sentinel fornecem monitoramento confiável de eventos de inundação. Essas informações apoiam a tomada de decisões baseada em evidências para operações de resposta e recuperação mais eficazes", informou o observatório.

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